Geral

01/12/2016 19:27 Aldo Júlio Zilki

Do Chapecó ao Paiquerê!

Fomos surpreendidos, na madrugada do dia 29/11/2016 pela tragédia que atingiu a Associação Chapecoense de Futebol. Um Clube esportivo relativamente jovem: 43 anos de existência. Ia em busca de seu primeiro título internacional. No caminho à Colômbia, a tão somente 30 Kms do aeroporto, o sonho fica no espaço. Melhor dito: deixa o espaço e cai por terra, desmantelado.

Como sou nascido nas redondezas de Chapecó aprendi que a palavra “Chapecó” é de origem Kaingang. Ela quer dizer: “Donde se avista o caminho da roça”. Ou seja: “Echá” = vista + “Ape” = caminhar + “Có”= roça. Como é uma região montanhosa e a roça fica no alto, as pessoas saem de casa para trabalhar. E do caminho que leva para a roça no alto da serra, elas podem ver a cidade.

Isso me faz pensar nos nossos sonhos. Todos nós queremos alcança-los. Queremos chegar lá. Todo sonho passa pelo “caminho da roça”, das lutas, das dificuldades, dos obstáculos, do sofrimento, da tristeza e da dor.

Alguns sonhos terminam aí, como no caso da Chape. Enfrentaram pedreiras. Eliminaram uma equipe após a outra, inclusive o time do Papa foi eliminado nos pênaltis. Faltavam apenas dois jogos para o sonho se realizar: ser campeã sul-americana. Lamentavelmente esse sonho não se concretizou.

Quantos dos nossos sonhos foram para o espaço? Quantos projetos abortaram em nossa vida? Quantos sonhos foram interrompidos em nossa curta trajetória por esse mundo?

Penso naquele casal que se uniu em matrimônio e sonhou em constituir família. Família que sonhou ver seus filhos crescerem, se formarem e constituírem suas próprias famílias. De repente, em determinada etapa da vida, para a surpresa de todos: acabou o combustível! O avião caiu! A família se desestruturou! Parece que o mundo desabou sobre eles.

Penso naquela família cujos projetos são interrompidos pela traição, pela falta de comprometimento, pela irresponsabilidade e pelo egoísmo.

 Penso naquela pessoa que teve seus sonhos obstruídos pelos colegas de trabalho, por algum vizinho ou por adversários.

Penso em você que sonha em ser feliz e, parece que a felicidade passa a quilômetros longe de você.

Em contrapartida, há outros sonhos que passam pelo “caminho da roça” das dificuldades, dos obstáculos, do sofrimento, da tristeza da dor e da alegria. Eles são coroados de júbilo e regozijo ao se tornarem realidade na vida das pessoas.

Eu tenho um sonho. Vou contá-lo a vocês: Eu quero chegar no “Paiquerê”. Paiquerê é o Paraiso no idioma dos Kaingangues. Eu não posso vê-lo ainda. Sei que não posso aceder ao Paiquerê por minhas próprias forças. Tenho que transitar sobre o “Apé” para chegar ao Paiquerê. Esse “Echá” é JESUS CRISTO. Ele mesmo afirma em Jo 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar ao Pai se não for através de mim”.

Ele também nos consola dizendo que no Paiquerê Celestial há muitas casas. Ele foi preparar um lugar para nós. Porque a vontade dele é que estejamos onde ele estiver.

Gostaria muito que todos encontremos conforto e consolo na esperança da vida além da morte. Quero que nos consolemos nas promessas divinas do descanso além da roça. Porque todos que morrem tendo a Jesus como o único Salvador de suas vidas, com certeza adentrarão às portas do Paiquerê Celestial. Lá receberão das mãos do próprio Cristo a coroa da vida eterna. Então é hora de deixarmos de termos a ”vista do caminho da roça” (Cha-pé-có) e depositar nossos olhos no “Cha-Pé-Paikerê” ou seja, ter a vista do caminho do Paraíso.

Que essa esperança leve consolo aos familiares enlutados da Chape. Ao cantarmos “nas alegrias e nas horas mais difíceis meu furacão tu és sempre um vencedor” estamos manifestando que a solidariedade se mostrará cada vez mais visível no coração de cada pessoa. Ela se deixará sentir no abraço aos familiares e amigos. Ela se mostrará como um verdadeiro “furacão” em favor dos enlutados em forma de oração e pelo carinho manifestado a esse povo que sofre. Dita solidariedade se mostra na ajuda que cada Clube brasileiro oferece à Chapecoense cedendo jogadores, sem custo, para recompor o plantel da equipe. Ou mesmo na atitude do Atlético de Medellín solicitando à CONMEBOL que o Título de Campeão Sul-americano 2016 seja concedido à ACF.

Esse povo que agora sofre continuará cantando: “Sempre honrando nosso escudo com sua raça és alegria nos estádios nunca só”.  Saibam que este furacão, que nos estádios nunca deixou o time só, levará a vocês consolo e amparo através dos meus conterrâneos de Chapecó. Dá-lhe, Chape!!!!!

(*) Aldo Júlio Zilki é Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB)


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